domingo, 11 de novembro de 2007

Verso Calado


Os meus verdes, hoje, dançam assanhados,
gotas de chuvas penduram-se nos varais,
os brincos vermelhos fazem-lhes agrados,
buquês fartos, folhas e flores nada mais.

Este bailado que ora me inflama,
seduz tolas rimas das minhas lembranças,
sempre Amor na boca da triste dama,
misterioso amar que a alma reclama.

Não é preciso falar tudo o que penso,
nestes leves traços encontras o meu eu,
perdido, somente contigo renasceu.

Vou calar, não deves saber tudo de mim,
entrego escondido o verso que trai,
À névoa suave que cai... no meu jardim.
(Soninha Porto)

Nenhum comentário: