sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Sem título (e sem porquê)


A mão que faz a bomba, deixa flor
No túmulo do morto em bombardeio.
Quem exige demais, desfaz o amor,
Carrega o coração partido ao meio.

Constrói-se e - após - destrói; não pesa a dor...
Egoísmo, arma de fácil manuseio,
Que atira sem receio e sem pudor,
E vai chorar, no fim do tiroteio.

Creio: quem modifica uma esperança
Em dor, há de morrer na insegurança
Da guerra que criou. Portanto, enterro

Toda a tristeza à frente e, assim, encerro:
"O homem fere o ferro, faz a lança;
A lança fere o homem, faz o berro."
(Bernardo Trancoso)

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