segunda-feira, 9 de novembro de 2009


A boca,
onde o fogo
de um verão
muito antigo
cintila,
a boca espera
(que pode uma boca
esperar
senão outra boca?)
espera o ardor
do vento
para ser ave,
e cantar.





Eugénio de Andrade

Nenhum comentário: