segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A Força de não ter Força


Depois que te vi, vi que o dia
não era o dia, vi que o ar não
sustinha o ar. Vi que não via.
Para que não te vás, não movo
os lábios, para que não te vás,
não tremo as pálpebras, para
que não te vás, a respiração
é tênue, em quietude as plumas
do sangue a que não amanheça
nem anoiteça. E a água aguarde
regalada, absorta, embebendo-se
na própria boca. As coisas não
decifradas é onde bate mais sol.





Maria Carpi

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