sábado, 1 de março de 2008

Como uma flor vermelha


À sua passagem a noite é vermelha,


E a vida que temos parece


Exausta, inútil, alheia.


Ninguém sabe onde vai nem donde vem,


Mas o eco dos seus passos


Enche o ar de caminhos e de espaços


E acorda as ruas mortas.


Então o mistério das coisas estremece


E o desconhecido cresce


Como uma flor vermelha.
(Sophia de Mello Breyner Andresen)

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