sábado, 10 de novembro de 2007

Sonho Vago


Um sonho alado que nasceu um instante,
Erguido ao alto em horas de demência
Gotas de água que tombem em cadencia
Na minha alma, tristíssima, distante...

Onde está ele o Desejado? O Infante?
O que há de vir e amar-me em doida ardência?
O das horas de mágoa e penitencia ?
O Príncipe Encantado? O Eleito? O Amante?

E neste sonho eu já nem sei quem sou
O brando marulhar de um longo beijo
Que não chegou a dar-se e que passou...

Um fogo-fátuo rútilo, talvez...
E eu ando a procurar-te e já te vejo!
E tu já me encontras-te e não me vês!
(Florbela Espanca)

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