terça-feira, 5 de fevereiro de 2008


Se me disseres que se pressente
o hábito sutil da borboleta
ao adejar sobre as flores;
que foi achada a sandália de cristal
que,em sua fuga, Cendrillon perdeu...
Se me disseres que a poesia é prosa,
que à mulher se pode confiar segredos,
que os lírios falam,
que o azul é róseo...
Se me disseres que o astro luminoso
ao vagalume rouba o seu fulgor,
que o Sol não passa de uma jóia rara
que a Noite usa presa em seus véus;
Se me disseres que não existe mais
uma só amora à beira das estradas;
que as penas d'um beija- flor são mais pesadas
que as penas dum coração...
Se me disseres que a Ventura existe e que me adoras...
Vê que absurdo,Amor!
Eu te crerei.
(Rosemond Gerard)