sábado, 17 de novembro de 2007

Entre o profano e o sagrado


Mulher, apenasmente... mulher!
Amor, entre ser deusa e ser humana,
Voa meu sentimento, vagueia minh’alma...
Entre o divino mistério e o sagrado mister!...
Enquanto sinto-me ser eu tal e tão profana,
Do Olimpo, chega-me a essência que me acalma...

Meu corpo vive neste mundo assim profano,
Ativando, em nós, os traços mais carnais,
Enquanto, na procura dos laços divinais,
Minha emoção esvoaça nas nuvens do infinito,
Deixando agasalhar-se por seu manto.
Entre deuses, magos e sábios do Egito,
Entre as secretas lições de cada Arcano,
Busca a semente, o sagrado da origem
Deste amor nosso, puro e sacrossanto,
Que entre o Céu, a Terra e o Inferno,
Paira inocente, de pecado virgem!
Ardente, apaixonado, meigo, terno!...

Por Zeus! Que jamais se quebre o encanto
Que entrelaça nossos corpos e nossas almas!
Que entre a terra e o ar, entre o riso e o pranto,
Entre o fogo e a água, entre rosas e palmas,
Entre a descrença e a fé, a certeza e a esperança,
Seja sempre nosso amor a aliança
Entre o sagrado e o profano.
Viva ele eternamente assim tão santo,
Quanto, cada vez, bem mais humano!...
(Carvalho Branco)

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